Diariamente me confundo
Tento ver o mundo como novo
mas quando vejo a criança, o jovem e o velho morador de rua
e outras fatalidades
me apavoro sentindo-me impotente
pensando que novo é o número crescente das catástrofes
Finjo acreditar na novidade
para não correr o risco de ser chamado de covarde
Finjo não perceber que todo dia é igual ao que passou e ao que virá
para parecer entusiasta
Minha aflição está no saber
que não é nisso que confio
que na verdade me confundo.