14/06/2011

Mentiu para si mais uma vez, com a maior cara lavada, dizendo que nunca mais mentiria ou enganar-se-ia. Sabe por quê? Para conseguir se sentir importante, no topo da pirâmide. Por acreditar que essa é a única maneira que lhe ensinam.
Não quer mais compartilhar esta ideia. Vai mudar de corpo.

07/06/2011

Com um diálogo platônico, achou-se frio. Com o Evangelho de João, sentiu-se estéril. Meditando feito Buda, viu-se vazio.
Mirou o Sol e percebeu a Lua minguando. Irritou-se por ser mecanicamente científico (Sol = esfera explosiva; Lua = esfera morta).
Descalçou-se, abaixou a calça, cagou na mão esquerda, subiu a calça e saiu. Usando o dedo indicador da mão direita escreveu no muro institucional: "Sade arde!"

02/06/2011

Acendeu o primeiro cigarro do dia antes mesmo de sair da cama, mal havia aberto os olhos. Uma hora depois já estava no quinto, caminhando na rua, observando que todos fumantes que passavam jogavam suas bitucas no chão. Incomodou-se, acreditando que além de prejudicarem a si próprios, prejudicam o resto todo.
Terminou de fumar seu quinto, jogou sua bituca na beira da calçada e prometeu que seria seu último cigarro.

31/05/2011

Desejou cantar a estupenda canção da vida. Encheu os pulmões, lembrou dos refrões soltando a voz; apenas os pássaros lhe deram atenção, os homens e mulheres estavam ocupados com seus carros, seu tráfego, paranoias e fones de ouvido.

02/03/2011

Adiantemo-nos

Lá estão as flores
sem cores, desenhos,frangâncias
espinhos, venenos e pragas

Em um cálice de onde escorrem
arrependidos silêncios
das almas que explodem.