30/04/2021

 Ainda vou ver

você pagar por seus crimes!


Incontáveis animais queimados

Inúmeras florestas derrubadas

Centenas de milhares de pessoas sepultadas


A indignação 

não alcança 

o tamanho da dor.



26/04/2021

 NÃO DEFINHEMOS, NÃO. REGUEMOS!


Li o artigo (Há um nome para seu mal-estar na pandemia: chama-se ‘definhamento') na Folha , traduzido do New York Times, logo que saiu.

Já na primeira leitura me incomodei com o termo “definhar”.
Não quero achar que estou definhando, não me permitirei e farei o possível para que as pessoas ao meu redor não definhem... Se elas quiserem minha parceria, minha escuta e palpites do coração...

Como faço comigo? Primeiro, percebendo, acolhendo e dizendo que estou cansado e às vezes desanimado. Sem autopiedade, sem querer a piedade alheia.

Sempre aconteceu isso, mas agora tem uma certa potencialidade de negatividade nos rondando – já sabemos todos os motivos –, é essa a condição atual, mas ainda acredito que a utopia é minha maior condição humana.

Quero ter a arte e o cultivo da terra como minha base de sobrevivência – por isso estou lendo muito, praticando a escrita, escutando música com atenção, praticando os instrumentos, cultivando vasinhos, entendendo ciclos.

Estou planejando o futuro, o próximo e o distante (um dia, uma semana, algumas semanas, meses, anos, décadas...), planejo sim, porque o Carpe Diem Quan Minimum Credula Postero, não dá mais conta, viver só o dia, pensando nele e nada mais me angustia, preciso me movimentar além do presente para não definhar.

Vivo os momentos bons do dia, assim como vivo os ruins. Estou me esforçando para aproveitar os bons, e transformar os ruins. Principalmente com meus filhos e minha querida companheira. Estou com a sensação de que levei quase 10 anos para perceber que sou pai e 16 para perceber que sou companheiro. E isso está sendo ótimo! E acontece graças à pandemia. Obviamente os dias são duros, doídos etc., porém estão valendo o esforço.

Ontem, saltei da cama achando que era segunda-feira, saltei pensando no curso de alfabetização que iniciarei, principalmente para desenvolver o trabalho que preciso entregar na sexta-feira, saltei pensando nos e-mails, nas inscrições de vagas do LinkedIn, na reunião das 17h.

Quando vi que era domingo, desliguei o computador. Preparei o café da manhã, desci na quadra para jogar futebol com os meninos e tomar sol sem camiseta, disse para minha mulher que a amo, abraçando-a e beijando-a como se fosse a primeira vez, preparei o almoço ouvindo uma das minhas bandas preferidas, almocei com minha família transbordando afetividade, toquei guitarra até o corpo doer por inteiro, ouvi o Bhagavad Gita (produzido pelo Rogerio Duarte, com vozes incríveis da Música Brasileira) para relaxar e acreditar no poder físico e mental da criatividade – longe da transcendência religiosa –, joguei Três Marias com os meninos variando as possibilidades, preparei um lanchinho gostoso de jantar, assistimos a vídeos de parkour, skate, surf e futebol, deitamos juntinhos e acabamos com o dia.

Na minha cama, dormi mal, pensando que hoje é segunda-feira e tenho muita coisa para fazer; não vou definhar.

Sofro? Sim, sofro, assim como você sofre, como a humanidade sofre, mas vou pra cima!

Os dias, as semanas, os meses, os anos têm muitas coisas para fazer e farei. Inclusive escutar com atenção quem pedir minha escuta.

Vou me regar constantemente para não perder o viço.
Se você quiser, podemos nos regar lado a lado.

Crédito da imagem: https://pixabay.com/pt/users/sr_magdalena-3055103/...

Link da Folha: https://www1.folha.uol.com.br/.../ha-um-nome-para-seu-mal...

Link do Bhagavad Gita (Canções do Divino Mestre): https://www.youtube.com/watch?v=we_eMf7v-XA