28/10/2009

Escorregando devagar
nos fios ensebados do cabelo da menina
o piolho passeou diante dos olhos
do menino

Sem ação e
constrangido
calou-se dividido
em olhar o parasita
e os olhos da pequena

Atravessou a cabeça da testa à nuca,
sem atrapalhar a fala
se escondeu

Arrependeu-se o menino,
perdeu a chance de ouro:
salvar a cabeça da menina
de mais uma coceirinha.

Um comentário:

  1. clap! clap! clap! clap! clap! clap!
    É dos melhores!

    Fui piolho e menino também!
    Eis a magia de uma boa poesia!

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